quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Precipitações no lado azul de Minas

Erros da cúpula celeste põem em risco o Projeto Libertadores.

Quem viu o Cruzeiro em campo no meio do Brasileirão não poderia acreditar na queda de rendimento no final do campeonato. Mas a decepção do rendimento azul não fica apenas dentro das quatro linhas. Fora delas - nos bastidores - a diretoria estrelada vem dando provas que não é mais a mesma, se equivocando na construção do planejamento de 2008, que envolve a maior competição continental, conquistada duas vezes pela equipe.

O primeiro equívoco foi a precipitada demissão de Dorival Júnior. O treinador, que acertou um time "sem identidade" no decorrer do campeonato, fez um bom trabalho. De fato, Júnior "perdeu a mão" do time na reta final, mostrando que sua falta de experiência pode pesar em alguns momentos, faltando controle sobre o comportamento do time. Portanto, pelo aspecto técnico, demitir Dorival pode não ter sido tão errado assim.

Todavia, o plano que a cúpula cruzeirense tinha não funcionou. Apostaram que acertariam com Mano Menezes, então a "bola da vez" do mercado de treinadores. Mano surpreendeu a todos acertando com o Corinthians, onde ganhará um salário excepcional. O erro está aí: apostaram em Mano de olhos fechados, sem um plano b, e agora, com poucas opções de peso no mercado, o time vê em risco sua campanha na Libertadores.

Adilson Batista é a primeira opção, depois de toda essa confusão. O jovem treinador, que já comandou Grêmio, Figueirense, Paraná e Paysandú, além de times japoneses, foi zagueri celeste no início da década de 90, onde se tornou um ídolo da torcida, sendo um dos principais ícones da raça cruzeirense nas dupla conquista da Supercopa.

Geninho e Ney Franco correm por fora. A surpresa pode estar em Caio Júnior, que se diz dismotivado no Palmeiras após fracassar na busca pela vaga na Libertadores. Cuca poderia figurar na lista, mas é um nome que não tem sido ventilado pela imprensa mineira.

As precipitações e demora na montagem do planejamento para 2008, que envolve principalmente a Libertadores, é um grande erro da diretoria comandada por Alvimar, Zezé Perrela e Eduardo Maluf (foto). Já estamos em Dezembro, há menos de 2 meses da estréia cruzeirense na competição continental, e a equipe nem mesmo tem um treinador. Reforços, só os anunciados durante o ano: Apodi, bom lateral do Vitória, Marcelo Tavares, zagueiro que estava no futebol árabe, e Elicarlos, volante do Náutico.

Certamente o Cruzeiro larga, na Libertadores, muito atrás de alguns concorrentes, como o São Paulo - pronto há 3 anos -, o Flamengo, com a base montada e treinador definido, e outras equipes sul-americanas, como o Libertad, do Paraguai, surpresa nas últimas edições, e sempre forte Boca, que voltará a ter Riquelme vestindo a 10.

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