segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Título da Copinha deixa Cruzeiro de olho no futuro

Na última semana o Cruzeiro conquistou a Copa São Paulo de futebol júnior, batendo nos pênaltis o tricolor paulista e levando para Toca seu primeiro troféu do torneio.

O atacante Guilherme (foto), o lateral Anderson e os volantes Paulinho Dias e Carlos Magno foram muito badalados pela ótima campanha, mas não serão os únicos destaques da Copinha a desembarcar em Minas após o campeonato.

Isso porque o vice-presidente de futebol Zezé Perrela anunciou nessa segunda feira (29/01) a contratação de dois atletas sub 18 do Bahia, destaques da equipe no torneio paulista: o volante Rafael Bastos e o centro avante Anselmo Ramón, artilheiro da equipe e um dos melhores jogadores da competição. A raposa pagará R$600 mil por 50% dos direitos dos dois atletas. Os garotos ficam no Bahia até o fim do ano, se apresentando ao Cruzeiro apenas em 2008.

Outro talento que despontou na Copa São Paulo e brevemente desembarcará na Toca da Raposa é o meia atacante Rafinha, destaque do São Bernardo, semifinalista da competição. O presidente do time paulista, Edgar Fernandes, amigo pessoal de Zezé Perrela, é esperado em Belo Horizonte nessa terça feira para selar a negociação.

Analisando a notícia

A conquista do mais importante título das categorias de base do país animou a torcida e os dirigentes celestes. Com a ótima geração formada na Toca e os outros jovens talentosos que estão sendo contratados, o futuro azul celeste parece muito promissor. Títulos em campo e dólares nos cofres parecem garantidos em meio a tanto talento.

É esperar pra ver.

foto: Ari Ferreira / Lancepress

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

A dura realidade

7,8 milhões de dólares levam armador Wagner para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Meia terá a companhia de Luis Figo, que também se transferiu recentemente para a equipe saudita.

- Texto inspirado pela saída precoce de mais um jovem talento do nosso futebol -

O futebol brasileiro é assim. O jogador nasce, cresce, vai para a equipe principal e pronto, acabou. Ao menos para os clubes nacionais, sim, o jogador acabou. Basta um bom campeonato, alguns gols bonitos e propostas chegam por toda parte. São tantas que uma hora não dá para recusar - se é que alguma hora dá - e o jogador faz as malas e embarca para outro canto do mundo.

Antigamente esse "outro canto do mundo" era a Europa. Os craques, mas apenas os verdadeiros craques, recebiam ofertas de equipes européias e saiam do país.

Com o tempo, outros bons jogadores, não craques, também atraiam o interesse de europeus e para lá se mudavam. Nos últimos anos, até uns "cabeças de bagre", desde que municiados com ótimos empresários, conseguiam contratos com clubes europeus.

Agora são outros mercados que nos afligem e roubam os bons jogadores que aqui sobraram, ou até mesmo os "candidatos a craque" que aqui surgem a cada temporada. Japão, Coréia do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes encabeçaram a lista, e agora recebem a companhia dos emergentes países do leste europeu.

Pois bem, voltando ao caso Wagner...

O armador foi o destaque do Cruzeiro em 2006 e na última semana assinou contrato com o Al Ittihad, da Arábia Saudita. Certamente receberá um salário de duas a três vezes maior que recebia no Cruzeiro, mas com uma gigantesca vantagem: em dólares. Ou seja, receberá praticamente quatro vezes mais que aqui no Brasil.

Como segurar um jogador que tem nas mãos uma proposta como essa? Tarefa complicada e que a cada dia parece mais sem resposta.

Conscientizar o jogador que ficar mais tempo em sua equipe pode lhe render um melhor contrato no futuro, com melhores salários e em um gigante europeu pode ser um caminho, mas há controvérsias: jogadores de futebol estão sujeitos a lesões, polêmicas na imprensa e outras crises que tornam irrecusáveis propostas tentadoras como a recebida por Wagner. "Futebol é fase", diz o ditado, e os jogadores preferem não arriscar.

A torcida não entende e a imprensa muitas vezes desaprova. Mas na maioria dos casos, não há o que fazer. O clube tem que voltar à sua rotina de procurar o jogador, vê-lo crescer, colocar na equipe principal, ver alguns gols - quem sabe um título? - e vender.

Já que é assim, ao menos que vendam bem e consigam fazer novos craques, vê-los crescer...

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Mercado da Bola - Artilheiros na França

A janela para transferencia de jogadores na Europa se fecha no final do mês, fazendo com que os clubes se apressem para apresentar os reforços para o restante da temporada.

Essa janela serve para que os clubes possam compôr seus elencos, e normalmente não colocam grandes nomes no noticiário. Ronaldo pode ser a exceção, se tranferindo do Real Madrid para o Milan, boato que ganhou força nos últimos dias.

Na França o destaque fica para a chegada de dois artilheiros: o checo Milan Baros assinou pelo Lyon (numa troca pelo também atacante John Carew) e Fernando Cavenaghi foi contratado pelo Bordeaux junto ao Spartak de Moscou.

Baros (foto esq)estava no Aston Villa, da Inglaterra, e não conseguia se firmar na fraca equipe britânica. Agora vestirá a camisa do principal clube francês e será comandado por Gerard Houllier, grande admirador de seu futebol e responsavel por sua contratação no Liverpool, no inicio da década.


Cavenaghi (foto dir)surgiu no River em 2002 como "novo Batistuta", e foi inclusive carrasco do Corinthians na Libertadores de 2003. Saiu cedo do país para jogar no frio e duro futebol russo, onde não se adaptou. Na França terá um ambiente melhor e espera se destacar e voltar à seleção Argentina, que vive fase de renovação após mais uma Copa do Mundo longe da final.

Os dois artilheiros chegam numa espécie de segunda chance, e parecem ser apostas bem feitas pelos dois clubes. O restante da temporada dirá quem foi mais bem sucedido.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Beckham - O Fenômeno do marketing vai pros EUA


“Essa semana, o Real Madrid veio me questionar sobre o meu futuro e me ofereceu um contrato de mais dois anos. Depois de discutir com a minha família e com meu empresário se era melhor eu ficar aqui ou ir para outro grande centro europeu, eu decidi ir para o LA Galaxy e disputar a Major League Soccer a partir de agosto”

Foi assim que o inglês David Beckham, 31 anos, anunciou seu futuro no esporte. Futuro esse que será ainda mais rico.

O astro britânico fechou contrato com o Los Angeles Galaxy, equipe que disputa a MLS, campeonato de futebol da terra do Tio Sam. As bases do contrato são impressionantes: nos 5 anos de vínculo com o time americano Beckham receberá U$ 275 milhões (cerca de R$ 590 milhões), somando-se salário, direitos de imagem e valores pagos por patrocinadores.

A visão do clube

"A chegada de Beckham representará um impacto no futebol dos Estados Unidos maior do que o já produzido por outro atleta em qualquer esporte na história. (...) Contratamos não apenas o melhor embaixador e maior ídolo deste esporte, mas o melhor exemplo de até onde pode chegar um atleta. David é o único capaz de estender a ponte entre o futebol da América do Norte e do resto do mundo". Essas foram as palavras de Timothy J. Leiweke, presidente da Anschutz, empresa que dirige o LA Galaxy, satisfeito pelo sucesso das negociações.

A afirmação do dirigente exprime o lado "marketeiro" da contratação. Beckham foi o escolhido - e certamente não haveria outro melhor - para ser algo como um embaixador do futebol nos Estados Unidos. Sua milionária contratação certamente ajudará a impulsionar o esporte no país, além de atrair a atenção de olhares de todo o mundo.

Para se ter uma idéia da força desse "fenômeno" Beckham, o LA Galaxy, em apenas 4 horas após o anúncio do acerto com o craque inglês, recebeu mil novos sócios.

A chegada de Beckham deve ainda ser um "abre - alas" para a entrada de outros astros no futebol norte-americano. O brasileiro Ronaldo é um dos que atraem a atenção de várias equipes, que agora se esforçarão para contratar astros à altura do inglês do LA Galaxy.

O mundo do futebol, já acostumado com as ofertas mirabolantes do mercado asiatico, parece ganhar agora mais um mercado "comprador", o norte-americano, que leva vantagem sobre outros países e campeonatos emergentes no esporte pela grande influência sócio-política-econômica que exerce sobre todo o mundo.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

O Vasco de Eurico Miranda


O presidente - ditador do Vasco da Gama, Eurico Miranda, não podia ficar de fora do blog. Principal ícone dos dirigentes amadores brasileiros, Eurico consegue ser odiado pela grande maioria (tanto de vascaínos quanto de torcedores de outros times) e mesmo assim se manter no poder do clube cruzmaltino a tantos anos.

Talvez credenciado pelo supertime do final da década de 90, campeão, entre outros, da Libertadores em 98, da Mercosul e da Copa João Havelange em 2000, Eurico manda e desmanda no Vascão e consegue, por mais incrível e revoltante que pareça, ter a simpatia de alguns. Seus defensores são poucos, mas existem.

Esse post foi inspirado por uma "discussão" no Orkut, em uma das várias comunidades do clube, onde um torcedor se dizia defensor do atual presidente e argumentava para isso. Como "resposta", analiso a gestão do polêmico presidente.

PATROCÍNIO

A questão com a logo do SBT no uniforme cruzmaltino na final da Copa João Havelange (foto ao lado) foi uma das maiores babaquisses da história, e talvez o maior símbolo do amadorismo dos dirigentes brasileiros.

O episódio sujou a imagem do Vasco frente a grandes empresas, o que colabora para tantos anos sem patrocinio (já são 6 anos sem contratos).

O defensor de Eurico disse que o Vasco não tem patrocinio a tantos anos porque não recebe marcas e propostas à altura da grandeza do clube, mesma justificativa dada pelo presidente. Porém, em algumas ocasiões, o clube fechou patrocinio - inclusive de calção -, por apenas um ou até dois jogos, porque estaria em evidência na mídia.

Definitivamente isso não valoriza a imagem e marca do clube, e mais uma vez prova o amadorismo do dirigente e seu pensamento apenas no "imediato".

O São Paulo FC recebe cerca de R$16 milhões anuais da LG (no contrato de 2005, antes do título da Libertadores, recebia pouco mais de R$ 8 milhões). O Cruzeiro, longe da Libertadores há 3 anos, recebe cerca de 7 milhões da Xerox. O Corinthians, por temporada, recebe pouco mais de R$10 milhões da Samsung pelo patrocinio de camisa.

O Vasco nem nenhum clube brasileiro pode se dar ao luxo de abrir mão desses valores. Imagine um valor menor, vamos dizer, R$5 milhões por temporada (valor que pode ser considerado pequeno para a grandeza do clube e sua legião de torcedores). Sob esses valores, nesses seis anos, a ausência de patrocinio representaria R$30 milhões a menos nos cofres do clube.

Isso não é valorizar a marca, é perder dinheiro.