domingo, 9 de dezembro de 2007

Mudanças não param

Impaciência e falta de visão fazem dirigentes brasileiros mudarem " a cara" de suas equipes ano após ano. Em alguns casos, as mudanças acontecem de 6 em 6 meses.

Curioso é ver como eles não aprendem. Não que dirigentes tenham que ser passivos à campanhas ruins de seus clubes, mas devem, antes de cobrar grandes resultados, como sempre fazem, analisar do que aquela equipe é capaz e aí sim traçar objetivos.

É como ver Dorival Júnior, treinador celeste, ser mandado embora do clube na última semana. Dorival chegou para o Cruzeiro após a trágica perda do estadual para o rival Atlético, incluindo aí uma vexatória goleada de 4 x 0 em uma das partidas decisivas. Dorival chegou, aos poucos ajeitou o time e o classificou para a Libertadores. Durante a competição, chegou a ameaçar o "todo poderoso" São Paulo. A diretoria diz que a demissão é resultado da inexperiência do treinador, mas a queda de rendimento a partir do meio do 2º turno que influenciou na decisão.

Mas antes de julgar, por que não colocar os pés no chão? O Cruzeiro é o mais fraco entre os brasileiros classificados para a Libertadores.É uma equipe com uma defesa extremamente inexperiente e que não possui em seu elenco jogadores que tenham conquistados títulos relevantes por outros clubes. A vaga na Libertadores, nesse contexto, é uma conquista. Mas para a direção, erroneamente, é pouco, e o treinador acabou pagando o pato.

O mesmo se vê na outra equipe de BH, o Atlético. Leão foi contratado a peso de ouro durante o campeonato, quando o Galo começava a ser incomodado pela "parte de baixo" da tabela. Ganhando R$ 300 mil por mês - segundo informações da imprensa mineira - Leão deu uma identidade ao time e o manteve invicto nos dez últimos jogos do campeonato, conquistando uma vaga para a Sul-Americana e animando os torcedores para 2008.

Alegando não ter capacidade de seguir pagando esse alto salário para Leão, o Galo não renovou com ele e acertou nessa semana a contratação de Geninho, contestado pela torcida. E aí vem a pergunta: se o clube não teria como manter Leão para 2008, por que é que o contratou no meio de 2007? Que planejamento é esse que conta, antecipadamente, com o gasto de R$ 1,5 milhões para um treinador que ficará no clube por menos de 6 meses? E pra que gastar tanto dinheiro com um treinador que sequer continuaria na equipe?

Não dá pra entender essas coisas. Mudanças são necessárias, claro, mas nem sempre. E por mais um ano, torcedores brasileiros, incluindo os citados cruzeirenses e atleticanos, terão uma equipe "com cara nova" em 2008.

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