7,8 milhões de dólares levam armador Wagner para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Meia terá a companhia de Luis Figo, que também se transferiu recentemente para a equipe saudita.
- Texto inspirado pela saída precoce de mais um jovem talento do nosso futebol -
O futebol brasileiro é assim. O jogador nasce, cresce, vai para a equipe principal e pronto, acabou. Ao menos para os clubes nacionais, sim, o jogador acabou. Basta um bom campeonato, alguns gols bonitos e propostas chegam por toda parte. São tantas que uma hora não dá para recusar - se é que alguma hora dá - e o jogador faz as malas e embarca para outro canto do mundo.
Antigamente esse "outro canto do mundo" era a Europa. Os craques, mas apenas os verdadeiros craques, recebiam ofertas de equipes européias e saiam do país.
Com o tempo, outros bons jogadores, não craques, também atraiam o interesse de europeus e para lá se mudavam. Nos últimos anos, até uns "cabeças de bagre", desde que municiados com ótimos empresários, conseguiam contratos com clubes europeus.
Agora são outros mercados que nos afligem e roubam os bons jogadores que aqui sobraram, ou até mesmo os "candidatos a craque" que aqui surgem a cada temporada. Japão, Coréia do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes encabeçaram a lista, e agora recebem a companhia dos emergentes países do leste europeu.
Pois bem, voltando ao caso Wagner...
O armador foi o destaque do Cruzeiro em 2006 e na última semana assinou contrato com o Al Ittihad, da Arábia Saudita. Certamente receberá um salário de duas a três vezes maior que recebia no Cruzeiro, mas com uma gigantesca vantagem: em dólares. Ou seja, receberá praticamente quatro vezes mais que aqui no Brasil.
Como segurar um jogador que tem nas mãos uma proposta como essa? Tarefa complicada e que a cada dia parece mais sem resposta.
Conscientizar o jogador que ficar mais tempo em sua equipe pode lhe render um melhor contrato no futuro, com melhores salários e em um gigante europeu pode ser um caminho, mas há controvérsias: jogadores de futebol estão sujeitos a lesões, polêmicas na imprensa e outras crises que tornam irrecusáveis propostas tentadoras como a recebida por Wagner. "Futebol é fase", diz o ditado, e os jogadores preferem não arriscar.
A torcida não entende e a imprensa muitas vezes desaprova. Mas na maioria dos casos, não há o que fazer. O clube tem que voltar à sua rotina de procurar o jogador, vê-lo crescer, colocar na equipe principal, ver alguns gols - quem sabe um título? - e vender.
Já que é assim, ao menos que vendam bem e consigam fazer novos craques, vê-los crescer...
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
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