Tradicionais clubes brasileiros seguem caindo de rendimento - e de divisões - e não sabem o que fazer com seus departamentos de futebol profissional.
Que o futebol vive de ciclos, todos sabemos. Difícil é aceitar que esses ciclos, as boas e más fases que diretorias, clubes e jogadores passam, consigam derrubar tradicionais equipes do nosso futebol.
A mais recente vítima é o Paysandú, de Belém, que consigou uma incrível vitória de 1 x 0 sobre o Boca Júniors, em plena La Bombonera, em 2003, em jogo válido pela Libertadores, que a equipe disputou graças ao título da Copa dos Campeões de 2002.
O feito - talvez o maior da história do Papão - aconteceu há apenas 5 anos, e agora a equipe vive a pior crise de sua história.
Em 2005, dois anos após a inédita disputa da Libertadores, a equipe da Curuzu foi rebaixada à 2ª divisão nacional, de onde saíra em 2001. No ano seguinte, outro choque: lá estava o Papão novamente rebaixado, mas agora para a antes inimaginável 3ª divisão.
O desempenho na Série C foi mediocre, com a equipe sendo eliminada da competição logo na 1ª fase, acabando assim seus compromissos na temporada. E aí, o que fazer com o futebol profissional do clube?
O mesmo problema vem sendo enfrentado o América Mineiro, que caiu para a Série C há 3 temporadas e de lá não saiu. Pior, além de ficar de fora da Terceirona nessa temporada, a equipe foi rebaixada à 2ª divisão do Campeonato Mineiro, chegando, enfim, ao fundo do poço.
A tarefa das diretorias, nessas situações, não é fácil. Primeiro e talvez mais importante seja se adequar à realidade enfrentada, e não sonhar e viver em outros tempos, deve-se admitir a péssima situação e encará-la de frente.
Além disso, um grande trabalho deve ser feito para recuperar a auto-estima dos torcedores, maior patrimônio do clube. No caso do Paysandú, sua enorme torcida sempre foi o ponto principal, lotando o estádio em dias de jogos, levando a equipe a ter um espaço bem maior que lhe era "entregue" pela mídia.
O clube também não pode se distanciar de sua torcida. A escassez de torneios importantes automaticamente faz isso, e se um forte trabalho de Comunicação não for realizado, a equipe acabará esquecida da mídia e da torcida, como é o caso do América, que não tem ganhado sequer 10 linhas nos principais jornais de Belo Horizonte, por exemplo.
Para isso, é importante a ação que a direção do Papão planeja tomar, de realizar uma série de amistosos pelo estado, com uma equipe formada basicamente por jovens da base, tendo assim assunto para os tradicionais programas esportivos e para o "bate-papo" dos torcedores.
Depois deve-se buscar parceiros. Sem figurar em um grande campeonato nacional (entenda por Série A ou B e um dos Campeonatos Estaduais do Sudeste ou Sul), a equipe acaba tendo receitas extremamente limitadas, e viver dentro dessas receitas é muito complicado para um clube da grandeza do Papão. Portanto, deve-se encontrar parceiros e investidores para caminharem juntos e com respaldo financeiro nessa batalha rumo a elite.
A parti daí, tem que se trabalhar pensando nos resultados dentro das quatro linhas. Contratar as pessoas certas para a Comissão Técnica, preferencialmente mais próximas do clube, utilizar bastante as categorias de base e contratar poucos mas bons jogadores, sem grandes investimentos e riscos de insucesso.
E claro, rezar sempre é bom, porque apesar de algumas dessas "receitas" serem necessárias, o futebol é a "ciência" mais inexata do mundo.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
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