terça-feira, 7 de agosto de 2007

O que fazer??

Tradicionais clubes brasileiros seguem caindo de rendimento - e de divisões - e não sabem o que fazer com seus departamentos de futebol profissional.

Que o futebol vive de ciclos, todos sabemos. Difícil é aceitar que esses ciclos, as boas e más fases que diretorias, clubes e jogadores passam, consigam derrubar tradicionais equipes do nosso futebol.

A mais recente vítima é o Paysandú, de Belém, que consigou uma incrível vitória de 1 x 0 sobre o Boca Júniors, em plena La Bombone
ra, em 2003, em jogo válido pela Libertadores, que a equipe disputou graças ao título da Copa dos Campeões de 2002.

O feito - talvez o maior da história do Papão - aconteceu há apenas 5 anos, e agora a equipe vive a pior crise de sua história.

Em 2005, dois anos após a inédita disputa da Libertadores, a equipe da Curuzu foi rebaixada à 2ª divisão nacional, de onde saíra em 2001. No ano seguinte, outro choque: lá estava o Papão novamente rebaixado, mas agora para a antes inimaginável 3ª divisão.

O desempenho na Série C foi mediocre, com a equipe sendo eliminada da competição logo na 1ª fase, acabando assim seus compromissos na temporada. E aí, o que fazer com o futebol profissional do clube?

O mesmo problema vem sendo enfrentado o América Mineiro, que caiu para a Série C há 3 temporadas e de lá não saiu. Pior, além de ficar de fora da Terceirona nessa temporada, a equipe foi rebaixada à 2ª divisão do Campeonato Mineiro, chegando, enfim, ao fundo do poço.

A tarefa das diretorias, nessas situações, não é fácil. Primeiro e talvez mais importante seja se adequar à realidade enfrentada, e não sonhar e viver em outros tempos, deve-se admitir a péssima situação e encará-la de frente.

Além disso, um grande trabalho deve ser feito para recuperar a auto-estima dos torcedores, maior patrimônio do clube. No caso do Paysandú, sua enorme torcida sempre foi o ponto principal, lotando o estádio em dias de jogos, levando a equipe a ter um espaço bem maior que lhe era "entregue" pela mídia.

O clube também não pode se distanciar de sua torcida. A escassez de torneios importantes automaticamente faz isso, e se um forte trabalho de Comunicação não for realizado, a equipe acabará esquecida da mídia e da torcida, como é o caso do América, que não tem ganhado sequer 10 linhas nos principais jornais de Belo Horizonte, por exemplo.

Para isso, é importante a ação que a direção do Papão planeja tomar, de realizar uma série de amistosos pelo estado, com uma equipe formada basicamente por jovens da base, tendo assim assunto para os tradicionais programas esportivos e para o "bate-papo" dos torcedores.

Depois deve-se buscar parceiros. Sem figurar em um grande campeonato nacional (entenda por Série A ou B e um dos Campeonatos Estaduais do Sudeste ou Sul), a equipe acaba tendo receitas extremamente limitadas, e viver dentro dessas receitas é muito complicado para um clube da grandeza do Papão. Portanto, deve-se encontrar parceiros e investidores para caminharem juntos e com respaldo financeiro nessa batalha rumo a elite.

A parti daí, tem que se trabalhar pensando nos resultados dentro das quatro linhas. Contratar as pessoas certas para a Comissão Técnica, preferencialmente mais próximas do clube, utilizar bastante as categorias de base e contratar poucos mas bons jogadores, sem grandes investimentos e riscos de insucesso.

E claro, rezar sempre é bom, porque apesar de algumas dessas "receitas" serem necessárias, o futebol é a "ciência" mais inexata do mundo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Eurico em: o bom dirigente

Polêmico vascaíno prova que com a boca fechada e muito trabalho ainda pode ser útil ao Vasco.

Na hora de criticar o Futbusiness critica. Mas tem que saber reconhecer na hora que um bom trabalho é feito. Por isso a matéria de hoje é sobre o bom trabalho feito no Vasco há duas temporadas, especialmente no que se refere aos resultados dentro das quatro linhas.

Contestado, irritante, insuportável, provocador mas competente. Assim tem se mostrado Eurico Miranda, que fez muito bem ao seu clube, nessas relativamente bem sucedidas temporadas.

Claro que vale ressaltar que outros profissionais estão mais envolvidos, agora, na administração no clube, mas continua Eurico como o "manda-chuva".

Primeiro por sair um pouco de cena. A pesada imagem do dirigente (sem trocadilhos) estava a atrapalhar o Vas
co, que se via muitas vezes relegado a uma condição de inferioridade em relação a seu dirigente, fazendo do clube o "Vasco de um homem só". Além disso, muitas situações protagonizadas por ele mancharam a imagem do clube frente à investidores, à mídia e torcedores, que, em sua maioria, estavam cansados de tanta babaquice e poucos resultados.

Segundo por fazer algo que poucos clubes fazem no Brasil: confiar em seus treinadores.
Com critério, escolheu os homens que dirigiriam a equipe à beira do campo - primeiro, Renato Gaúcho. Depois, Celso Roth - ambos com perfil semelhante e conhecedores dos objetivos e carências do elenco, e que tiveram tempo, tranquilidade e apoio suficiente para desenvolverem seus trabalhos.

Tercei
ro por fazer poucas mas boas contratações, normalmente para corrigir os setores mais fracos do time. Jogadores tidos como "bons e baratos" e que juntos têm conseguido dar ao clube uma boa colocação nos campeonatos, especialmente no Brasileirão desse ano, no qual ocupa a terceira posição.

O bom momento do Vasco tem ainda outros fatores de grande influência, como o distanciamento de Romário, que cada vez menos aparece por lá, e o crescimento técnico de alguns jogadores, especialmente do argentino Darío Conca (foto, à esquerda), grande aposta para a temporada.

É fato que não se pode esquecer das inúmeras polêmicas e cansativas aparições públicas. Também não se pode esquecer dos inúmeros processos e problemas junto à receita federal. Mas o fato é que, finalmente, Eurico voltou a fazer boas equipes no Vasco, agradando sua torcida que depois de algum tempo, está voltando a comparecer em peso à São Januário.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Alguém acredita?

Em crise financeira, Corinthians teria recusado uma proposta de 2 milhões de dólares por zagueiro Zelão.

Foi veículado no início dessa semana (como mostra a imagem ao lado) que o Timão havia recusado uma proposta de 2 milhões de dólares (cerca de R$3,8 milhões) pelo zagueiro Zelão, vindo do interior após o campeonato paulista, que tem se destacado razoávelmente na defesa alvinegra.

Quem disse isso foi um dos dirigentes da equipe, o polêmico Rubão, que completou afirmando que a proposta foi feita pelo Panathinaikos, da Grécia. E faço uma pergunta: ALGUÉM ACREDITA?

Zelão mal chegou ao Corinthians, e à preço de banana. É um bom zagueiro, mas não o suficiente para valer, nos dias de hoje, mais que esses R$ 3,8 milhões que teriam sido recusados pelo Corinthians. Ainda mais em tempos de vacas magras.

Esperto, Rubão deu tal informação em entrevista coletiva, ou seja, de forma que falasse para toda a imprensa esportiva que pudesse divulgar, buscando valorizar seu talentoso zagueiro, que faz surpreendentemente um bom início de campeonato pelo seu time.

E em tempos de crise, inclusive financeira, no Corinthians, a verdade é que qualquer jogador está à venda, e qualquer receita considerável será muito bem-vinda.

Que o futebol está cheio de sujeiras e mentiras, todos sabemos. Mas que dói ver uma tão escandalosa como essa, aí sim, dói demais.